
Taxa de mortes por COVID-19 para cada cem mil habitantes em Niterói segue mais alta que a média nacional. Infelizmente o Brasil se tornou um epicentro mundial da COVID-19 e, hoje atingiu a marca de 26,4 mortes por cem mil habitantes. Niterói, com os 192 óbitos oficialmente registrados por COVID-19 até dia 26 de junho, apresenta uma taxa de mortalidade ainda pior de 37,38 óbitos por 100 mil habitantes expressando a necessidade de cuidado máximo por parte de toda a população e do poder público em articulação com municípios vizinhos.
Os índices oficiais de hospitalizações e contágio por covid-19 apontavam para uma tendência de queda em Niterói com a adoção de distanciamento social mais rígido (lockdown) que precedeu o plano de “Novo Normal” decretado pela prefeitura no dia 21 de maio. O que observamos depois do afrouxamento determinado pelo poder público na cidade – com algumas medidas de flexibilização de difícil compreensão, como a liberação para o retorno das atividades de construção civil que beneficiam alguns setores econômicos, mas aumentam drasticamente a circulação de pessoas na cidade – foi que as tendências de queda que vinham sendo delineadas se inverteram para uma brusca alta de alguns índices.
Enquanto os tristes números de mortes continuam num patamar ainda extremamente preocupante no município, a adoção progressiva de flexibilização do distanciamento sem o rigor técnico e científico para determinar a volta de algumas atividades não essenciais ficam sob suspeita na medida em que os índices divulgados oficialmente pelo poder público na cidade não apresentam a transparência necessária. É imperioso que sejam divulgados, por exemplo, os números de testes realizados, leitos hospitalares, bem como os de UTIs, respiradores mecânicos e de profissionais especializados em atendimento intensivo para que a população tenha acesso ao quadro real no qual Niterói se encontra em relação à pandemia.