Flavio Serafini

Nº7 – Contaminação de covid por bairro de Niterói

Já ouviu falar em imunidade de rebanho? Niterói estaria próxima dessa condição?

As cidades brasileiras avançam a passos largos nas políticas de flexibilização das regras de isolamento. A ciência segue preocupada estabelecendo condicionantes necessários para preservar as vidas. Alguns segmentos, como algumas vezes o próprio presidente Bolsonaro, trouxe para o debate a questão da imunidade de rebanho. Vamos aos fatos! Em publicação de hoje, Matemáticos da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, e da Universidade de Estocolmo, na Suécia, concluíram que 43% da população precisa ser infectada pelo novo coronavírus para atingir imunidade de rebanho. Mas essa seria uma alternativa viável? Como está o percentual de contaminação da população?

Vamos trazer esses números da pesquisa científica para a realidade de Niterói. Verificamos que o bairro com maior percentual de contaminação na cidade é o Gragoatá em que 6,3% dos moradores do território pegaram a doença. Depois vem Matapaca com 2,8%, Jurujuba 2,79% e Badu 2,26%. Todos os outros bairros tem percentual de contaminados inferior a 2%. A média de contaminados na população inteira de Niterói é 0,92%. Isso quer dizer que para chegarmos aos 43% necessários da população contaminada, precisaríamos multiplicar por 46 vezes os 4501 cidadãos que confirmaram em testes a presença da doença. Já imaginou como uma demanda dessa levaria ao colapso o sistema de saúde? Com o percentual de contaminados até 22 de junho, já temos 117 leitos ocupados e 182 óbitos na cidade. Imaginem a tragédia desses números multiplicados por 46. Esse não parece o melhor caminho!

Precisamos manter toda atenção para as recomendações das autoridades médicas: uso de máscaras, higiene das mãos, isolamento máximo possível (ou sempre que puder) e políticas públicas de renda mínima, acolhimento das famílias vulneráveis e distanciamento social. Só assim minimizamos o contágio e salvamos vidas!