Flavio Serafini

Nº13 – O que está por trás da diferença nas curvas de Niterói?

O Brasil ultrapassou 70 mil óbitos por COVID19. Na mesma semana, 86% dos municípios do Rio tiveram queda, o que não acorre em Niterói. Nesse contexto, a Prefeitura ainda mudou sua metodologia de contagem de casos e de mortes, gerando dúvidas sobre seus critérios. Enquanto o boletim de monitoramento da Secretaria de Saúde Municipal aponta 19 óbitos na última semana, o gráfico da mesma Prefeitura registra apenas uma morte.

A metodologia adotada pela OMS organiza os dados a partir da data de notificação. Bolsonaro tentou manipular essa metodologia e foi obrigado pelo STF a seguir o padrão mundial. A Prefeitura de Niterói passou a usar dados diferentes dos fornecidos anteriormente por ela mesma. Ao invés, de contabilizar os casos e óbitos a partir de suas notificações, agora os contabiliza pela aparição dos sintomas. Isso causa incerteza metodológica e confunde a população. Mostra um quadro menos grave do que o real porque os casos só entram no gráfico em datas retroativas gerando subnotificação de casos recentes que ainda aguardam resultado de testes. Por isso que os gráficos acima são diferentes. O Departamento de Estatística da UFF segue a metodologia da OMS e o da Prefeitura não.

Encaminhamos pela Alerj um ofício para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando uma série de informações sobre o real quadro da covid em Niterói. Defendemos que informação de qualidade e transparência geram ações mais assertivas do poder público.