A Medalha Tiradentes é uma honraria concedida pelo Governo e destinada a premiar pessoas que prestaram relevantes serviços à causa pública do Estado do Rio de Janeiro. A medalha foi instituída pela Resolução Nº 359, em 8 de agosto de 1989, e sua entrega é realizada apenas uma vez por ano, sempre no dia 21 de abril, dia de Tiradentes, sendo a mais alta condecoração concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Receberam a Medalha Tiradentes da Alerj por nosso mandato coletivo:
Inês Etienne
Inês Etienne Romeu, mineira de Pouso Alegre, foi a única presa política a sobreviver ao centro clandestino de tortura e morte criado pelo Exército em Petrópolis, a chamada “Casa da Morte”. Cerca de 20 opositores desaparecidos podem ter perdido a vida no local.
Vito Giannotti
Vito Giannotti, metalúrgico, historiador, escritor, jornalista, professor, militante da democracia e do socialismo nos deixou aos 72 anos neste 24 de julho de 2015. Vito veio da Itália e chegou ao Brasil aos 21 anos. Desde então, apaixonado pela oratória, escrita e vendo a importância de diálogo entre os oprimidos, passou a vida toda construindo uma comunicação democrática para os trabalhadores. Como fundador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), ele promoveu encontros e trocas incontáveis entre lideranças sociais, intelectuais e trabalhadores. Todos eles com um objetivo em comum: construir uma comunicação para e feita pelos trabalhadores, no propósito de contrapor a da imprensa hegemônica, que não tem espaços para as lutas destes atores e as suas respectivas pautas.
Gilmara Cunha
Gilmara Cunha nasceu no Complexo de Favelas do Alemão, onde viveu parte de sua infância até se mudar para o Engenho da Rainha. Ela é a primeira transexual a receber essa honraria na Alerj. A partir da participação no projeto Jovem pela Equidade de Gênero, coordenado pelo Instituto Promundo, começou a colocar em prática os projetos e sonhos de trabalhar com a população LGBT em espaços de favelas. Ajudou, na Maré, a criar o coletivo Conexão G, organização da sociedade civil, fundada em março de 2006, que realiza desde a sua fundação ações de reflexões sobre a homossexualidade em favelas.
Pastora Kaká
Maria do Carmo Moreira Lima, a Pastora Kaká, nasceu em Ubá, Minas Gerais. Milita pelos direitos humanos, sobretudo na defesa de crianças e adolescentes, e no movimento de mulheres negras. É reverenda da Igreja Metodista formada em Ciências Teológicas pela Universidade Bíblica Latino-Americana, tendo sua atuação
religiosa pautada pela Teologia Negra Latino-Americana. Atuou por décadas como voluntária em auxílio a pessoas com dependência química. Há 27 anos passou a trabalhar com Família Monoparentais Femininas na Central do Brasil. Em 1993, oferecendo suporte a um adolescente em medida socioeducativa de internação, conheceu o Departamento Geral de Ações Socioeducativas. Desde então está presente nesta instituição sempre atuando na defesa da dignidade de adolescentes e funcionários atuando no Educandário Santo Expedito, Escola João Luiz Alves
e no Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo.